Somos um movimento de organizações da sociedade que a partir da identificação, sistematização e mapeamento de experiências procura se articular no estado com o objetivo de fortalecer as iniciativas agroecológicas
“De que adiantou a Rio + 20?”, pergunta a agricultora Rita Maria de Souza. Ao longo de onze anos, esta mulher de luta, uma experimentadora, cuidou do solo, semeou, cultivou e construiu um sítio em 2600m² de solo urbano. Ali, na Colônia Juliano Moreira, lavrou uma rica biodiversidade de onde tirava seu sustento. Recentemente foi convidada a sair do local. Tentou falar da sua condição de agricultora. Disseram que o trabalho de sua vida não era nada. Recusaram-se a admitir que ali havia trabalho e renda. Apesar disto teve que aceitar o despejo e acreditou que iria para um local onde pudesse reproduzir sua condição de vida. Negociou um prazo e condições. Não foi atendida. Numa manhã de sábado, acordou com as máquinas quebrando o muro, derrubando árvores. O resultado vocês conferem no vídeo.
RELATO DE UMA VISITA RECENTE AO LOCAL:
Hoje fomos à horta , ou melhor na destruída horta da Rita. Não só a casa foi demolida mas toda sua produção, seu sustento, sua fonte de renda. Somos uma Rede mas não conseguimos “puxar” nossa rede para salvar nossa companheira! E os poucos que estavam lá se tornaram muitas “RITAS”…..
Derrubaram as árvores, nada foi valorizado, 90% foi destruído, não foi valorizado o trato com as sementes, as mudas, a adubação, o trabalho que foi empenhado e a expectativa de vida das árvores (30 a 40 anos) produzindo, enfim, o investimento e nenhum laudo foi feito, afora o custo de pesquisa científica que não foi calculado, não foi calculado o potencial produtivo, o custo… o modo de sobrevivência, a única fonte de renda de Rita. E agora ?
Nossa companheira só quer um lugar coletivo para fazer seu plantio e uma indenização da produção e do local onde ela tira sua renda.
Tiramos algumas propostas para fortalecermos nossa companheira;
-Pedimos para enviarem o vídeo da Rita para o máximo de pessoas possíveis;
-Ir no canteiro social da SMH; (fomos todos juntos/relato com pessoal do PROEXT);
-Continuar dialogando e identificando as convergências no território de Jacarepaguá;
-Fazer o levantamento do valor construído e plantado por Rita, para sabermos de fato o valor da indenização;
– Nos posicionarmos na internet e pautar essas violações nos grupos e redes que articulamos;
Bom ,agora tá com agente e somos todos Rita….
“Onde botar a planta dos meus pés eu vou gritar”(Rita)