Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro

Somos um movimento de organizações da sociedade que a partir da identificação, sistematização e mapeamento de experiências procura se articular no estado com o objetivo de fortalecer as iniciativas agroecológicas

Projeto Ambientes de Interação Agroecológica

Projeto “Ambientes de Interação Agroecológica” Ensino, Pesquisa e Expressões da Agroecologia no Estado do Rio de Janeiro

(2014/2015)

A Agroecologia tem demonstrado ser uma alternativa viável e importante para o processo de fortalecimento da identidade camponesa e de suas condições de produção, contribuindo, desta maneira, para garantir a segurança alimentar e a estabilidade de agroecossistemas. A construção de agroecossistemas com maiores níveis de sustentabilidade exige da Agroecologia um modo de fazer ciência, educação e extensão (rural e universitária) diferenciado, pautado em relações de observação, vivência, diálogo e respeito implicando uma  triangulação de informações e olhares. Neste contexto o objetivo desta proposta é fortalecer as redes entre agricultores, agentes de ATER, estudantes, professores e pesquisadores com base em novas abordagens metodológicas de compreensão dos agroecossistemas e os processos sociais em um dado território para a promoção da agroecologia através das interações proporcionadas pelos ambientes de interação agroecológica.

Visita as experiências agroecológicas exercitaram a análise econômica dos agroecossistemas

Visita as experiências agroecológicas exercitaram a análise econômica dos agroecossistemas

Esta proposta atuará nas regiões onde a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ) atua, como forma de fomentar os processos agroecológicos de construção do conhecimento e intercâmbio de saberes mediados por uma rede de entidades que já atuam no campo agroecológico. Estas regiões são: Região Norte Fluminense (Campos dos Goytacazes, Conceição de Macabu, Carapebus e Macaé); Região Noroeste Fluminense (Itaperuna, São José de Ubá, Varre-Sai, Porciúncula e Natividade);  Região da Baixada Litorânea (Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim e Araruama);  Região Metropolitana  (Rio de Janeiro, Magé, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Seropédica, Guapimirim e Itaboraí); Região Serrana (Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Bom Jardim); Região da Baía da Ilha Grande  (Paraty e Angra dos Reis).

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Participação dos agricultores e agricultoras

Com isso espera-se promover a integração entre diferentes educadores atuantes na temática da agroecologia da UFRRJ e instituições parceiras, ampliar no debate agroecológico nos diversos cursos de graduação que esta universidade abarca e fomentar a construição de uma agenda de pesquisa e extensão mais integrados com a realidade e demanda da agricultura familiar agroecológica do Estado do Rio de Janeiro. A gênese desta proposta fundamenta-se na necessidade de ampliar as redes associativas e construir espaços, aqui chamados de ambientes de interação agroecológica, que sejam fundamentadas nos processos de construção participativa de conhecimentos, que buscam não somente descrever uma determinada prática ou iniciativa, como também dar significado as mesmas. Esses processos permitirão estudos que possam sinalizar os avanços e desafios inerentes à dinâmica da transição para a agroecologia no Estado do Rio de Janeiro, assim como a necessidade de articulação para o fortalecimento de um movimento agroecológico a partir de experiências concretas dos agricultores familiares camponeses e das populações tradicionais.  Nesse processo de sistematização, será possível identificar como diferentes práticas sociais constroem alternativas e acumulam aprendizados.

Quais são os objetivos?

  • Possibilitar a continuidade do NIA-UFRRJ;
  • Fortalecer a atuação da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro através da sistematização de experiências e facilitação de redes de interação institucional nas regiões onde a AARJ atua;
  • Proporcionar novos ambientes de aprendizagem para técnicos de ATER, professores, pesquisadores e estudantes;
  • Ofertar cursos de curta duração através de oficinas, videoaulas e ambientes de vivência agroecológica;
  • Compreender através de pesquisas de campo os limites e potencialidades de ampliação das iniciativas de Agroecologia e Produção Orgânica;
  • Fomentar a construção de uma agenda de Pesquisa, Educação do Campo e Extensão.

Passos metodológicos

A proposta prevê a conexão de diversas técnicas de pesquisa e extensão com o propósito de contribuir com o processo de construção de conhecimentos agroecológicos para tanto serão realizadas as atividades abaixo apresentadas:

a) “Diagnósticos da Agricultura Familiar e das Principais Experiências Agroecológicas em regiões do Estado do Rio de Janeiro”: consiste em uma atualização através dos dados secundários já existentes e que caracterizem a agricultura familiar e as experiências agreocológicas em curso nas regiões onde o projeto atuará. A metodologia compreende o levantamento de dados secundários sobre a agricultura familiar e as experiências agroecológicas nos municípios. A partir do levantamento das experiências agroecológicas, serão escolhidas duas experiências em cada uma das regiões para serem sistematizadas a partir de roteiros semi-estruturados, observação e trabalhos de campo;

b)  “Oficina Estadual sobre Modelização de Agroecossistemas”: terá como base proposta teórica e metodológica desenvolvida pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. A proposta busca compreender a estrutura e funcionamento de agroecossistemas e dá as bases para o planejamento de inovações agroecológicas a serem incorporadas aos mesmos. Serão utilizados mapas e fotos do agroecossistema e construídos diagramas de fluxos de produção, insumos, renda e trabalho. A oficina será realizada em um agroecossistema selecionado em um dos três municípios diretamente envolvidos no projeto. Participam dessa atividade a família agricultora gestora do agroecossistema, os bolsistas do projeto, membros do NIA, agentes de ATER atuantes nos territórios. Essa oficina terá a duração de 16 horas e será revertida também em uma vídeo-aula a ser disponibilizada nos ambientes virtuais promovidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA);

c) “Sistematização de Seis Agroecossistemas”: A partir das ferramentas teóricas e metodológicas discutidas na oficina, serão selecionados nove (09) agroecossistemas geridos por agricultores/as familiares experimentadores em regiões diferentes do Rio de Janeiro. São considerados agricultores/as- experimentadores/as aqueles envolvidos em dinâmicas de promoção da transição agroecológica, que tenham incorporado inovações técnicas e organizativas para a gestão do agroecossistema, a partir da interação com extensionistas e com outros agricultores e a partir da sua inventividade e capacidade de experimentação, e que estão motivados a compartilhar as suas experiências com outros/as agricultores/as. Serão escolhidos no mínimo três agroecossistemas que tenham a participação protagonista de mulheres agricultoras-experimentadoras e, se possível, no mínimo dois agroecossistemas que tenham a participação protagonista de jovens agricultores experimentadores. Serão produzidos mapas e fotos dos agroecossistemas e construídos diagramas de fluxos de produção, insumos, renda e trabalho. Esse processo de sistematização proporcionará também, intercâmbio de conhecimentos ao aproximar o universo acadêmico da realidade da agricultura familiar fluminense e seus atores sociais;

d) “Seis Vivências em Ambientes de Interação Agroecológica”: serão realizadas em sequência ao processo metodológico estabelecido nos agroecossistemas sistematizados. Nas vivências, a família que receberá o grupo irá apresentar o histórico do agroecossistema e a sua estrutura e funcionamento atual a partir dos mapas e diagramas de fluxos produzidos na sistematização. Será apresentada uma síntese das principais conclusões do diagnóstico realizado na região onde se localiza o agroecossistema, e a partir daí será feito um debate sobre as principais potencialidades e entraves para a ampliação de escala das experiências em agroecologia, considerando as dimensões agronômica, ambiental e socioeconômica. Serão debatidas propostas de inovações a serem incorporadas aos agroecossistemas geridos pelas famílias que participam das vivências. Nas vivências, serão produzidas sistematizações fotográficas e escritas, elencando as principais hipóteses relacionadas aos desafios e potencialidades para ampliação de escala das experiências em agroecologia. Participam das vivências: a família agricultora, agricultores/as da comunidade e de comunidades e municípios vizinhos, bolsistas do projeto, agentes de ATER de organizações que trabalham na região, membros do NIA. Serão convidados gestores públicos;

e)  “Seminário Estadual de Agroecologia”: terá como foco a dimensão agronômica da transição agroecológica. No seminário, serão apresentadas experiências significativas desenvolvidas pelos/as agricultores/as experimentadores/as e pelas instituições de pesquisa nos seguintes temas: sementes, manejo ecológico do solo, proteção de mananciais hídricos, árvores nos agroecossistemas, criação animal, controle de insetos e doenças. A partir da apresentação das experiências, será feito um debate sobre inovações agroecológicas a serem incorporadas aos agroecossistemas das famílias presentes. A sistematização do seminário subsidiará a construção de uma agenda de pesquisa em agroecologia para o estado do Rio de Janeiro com ênfase na dimensão agronômica e socioambiental;

f) “Encontro Estadual de Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as”,: terá como foco a apresentação das experiências sistematizadas e debate das hipóteses formuladas nas atividades do projeto no que se refere às dimensões sociais e econômicas da promoção da transição agroecológica: acesso a mercados, renda na agricultura familiar, organização do trabalho, fortalecimento de identidades, participação das mulheres, protagonismo dos jovens, fortalecimento das organizações dos agricultores. A sistematização do encontro subsidiará, junto com Seminário Estadual de Agroecologia, a construção de uma agenda de pesquisa em agroecologia para o estado do Rio de Janeiro com ênfase nas dimensões social, econômica e ambiental.

Atividades complementares

Como desdobramentos das atividades das atividades o projeto prevê “Seis Reuniões da Equipe Gestora do Projeto”, composta por membros do NIA, grupo executivo da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro, coordenadores de projetos de ATER e bolsistas do projeto. A primeira e a última reunião, de planejamento inicial e avaliação final, terão a duração de dois dias. As demais terão um dia de duração.

Também será feito o “Cadastramento das Experiências Sistematizadas” no sistema de informação “Agroecologia em Rede”. Os integrantes do NIA-UFRRJ realizarão o cadastramento  e a operacionalização do “Curso de educação à distância (40h) usando a rede temática de agroecologia do MDA”, envolvendo temáticas específicas fundamentadas nos princípios, conhecimentos e práticas relacionadas à agroecologia e ao tema do projeto.

Como produto final a ser disponibilizado para os agricultores e extensionistas que integraram as ações desta proposta está previsto a “Publicação de um Caderno de Experiências Agroecológicas no Rio de Janeiro”, a partir dos diagnósticos da agricultura familiar nos território, das experiências sistematizadas e das sínteses das reflexões das vivências nos ambientes de interação agroecológica, seminário estadual e encontro estadual de agricultores/as experimentadores/as. Esta publicação será diagramada, editada e produzida pela UFRRJ e será lançada em meio impresso (tiragem a ser definida pela Editora da UFRRJ) e meio digital que possibilite hospedar nos sítios das instituições parceiras.

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