Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro

Somos um movimento de organizações da sociedade que a partir da identificação, sistematização e mapeamento de experiências procura se articular no estado com o objetivo de fortalecer as iniciativas agroecológicas

III Encontro Estadual de Agroecologia e II Festa das Sementes.

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Nos dias 08 a 10 de novembro, aconteceram em Campos dos Goytacazes, o III Encontro Estadual de Agroecologia e a II Festa das Sementes, realizados pela Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ). Participaram do encontro cerca de 250 pessoas, sendo a maior parte agricultores familiares e assentados da reforma agrária, dos quais 130 eram mulheres. Participaram também técnicas, técnicos, professores, consumidores e estudantes de graduação dos municípios onde a Articulação está presente: Paraty, Rio de Janeiro, Magé, Nova Iguaçu, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Araruama, Rio das Ostras, Campos, entre outros.

O encontro cujo tema foi “Agrobiodiversidade, Sementes e Territórios” refletiu o acúmulo e a articulação de diversas experiências que se desenvolvem no estado nos temas da reforma agrária, da economia solidária, da agricultura urbana e periurbana, da saúde pelas plantas medicinais, das sementes crioulas, da educação do campo e do consumo e alimentação agroecológica popular.

Após a acolhida e o momento de partilha do café da manhã, foi realizado o primeiro painel, com o mesmo tema do encontro: Agrobiodiversidade, Sementes e Territórios. Durante a mesa, foi realizada uma apresentação que provocou a reflexão sobre as perspectivas do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), tendo como referência as metas e iniciativas voltadas para a questão da agrobiodiversidade e das sementes crioulas. Foi ainda apresentada a situação vivenciada pelas comunidades da Região Norte, impactadas pelas obras do Porto do Açu. A luz dessa experiência aprofundou-se o debate sobre a questão agrária na região.

Os participantes se dividiram nos momentos posteriores para realizarem dois intercâmbios de experiências no Assentamento Zumbi dos Palmares e diversas oficinas temáticas sobre o resgate e conservação de sementes, adubação orgânica, sistemas agroflorestais, assistência técnica e extensão rural, manejo de plantas medicinais, minhocultura, mulheres e agroecologia, juventude rural, entre outras.

No segundo dia de encontro, foi realizada na praça central do Bairro Travessão, em Campos de Goytacazes, uma Feira de Saberes, Sabores e Sementes. A feira ainda foi palco para a realização de um ato público em defesa da agricultura familiar e da produção de alimentos saudáveis.

Durante a feira, os moradores puderam conhecer, degustar e comprar os produtos agroecológicos da região como abacaxi, maracujá, maxixe, café, limão, aipim, entre outros; além dos diversos produtos trazidos de outras regiões do estado como os muitos tipos de feijão do Robertinho de Tapinoã, em Araruama e os saborosos doces da D. Juliana, da Comunidade de Vala Preta, em Magé. Dona Juliana inclusive, ministrou na feira uma oficina de fabricação de sacola de papel com folhas de jornal e revistas usadas. O momento da feira foi tão positivo que os organizadores estão se preparando para atender aos pedidos dos moradores do Bairro Travessão para promover a feira mais vezes.

No último dia, os participantes leram e aprovaram a segunda edição da Carta Política e da Agenda de Lutas da AARJ. Foi lançado do caderno de experiências agroecológicas “Caminhos Agroecológicos do Rio de Janeiro”, fruto do intenso processo de sistematização desencadeado em preparação ao II Encontro Nacional de Agroecologia, realizado em Recife.

O evento encerrou com grande emoção, quando foi realizada uma homenagem ao Cícero Guedes, militante do MST que foi covardemente assassinado em janeiro desse ano, nas proximidades da Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes.

“O encontro foi um momento de tirar do isolamento experiências de resistências e de práticas agroecológicas e perceber que a agricultura camponesa tem algo em comum, e tem um papel fundamental na sociedade, que nada mais nada menos, é nos alimentar com qualidade e respeito ao meio ambiente. Esta agregação ficará maior e mais forte quando os protagonistas de experiências agroecológicas do estado do Rio de Janeiro se encontrarem com outros agricultores de outras cidades do país. Com certeza, a agricultura agroecológica do Rio de Janeiro estará mais preparada para participar do III Encontro Nacional de Agroecologia”, avalia Claudemar Mattos, assessor técnico da AS-PTA e da Coordenação da AARJ.

CARTA POLÍTICA:CARTA-POLITICA-III-Encontro-Estadual-de-Agroecologia

Segue também: 3o_EncontroEstadualAgroecologia_Relatório.

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Fotos da AARJ